Neste último dia 19 de outubro, terça-feira, foi o dia de as Caravanas Euclidianas marcarem presença no auditório Vera Janacolopus da UNIRIO (http://www.unirio.br/).
Uma das atividades do dia foi passar um vídeo que relatou, resumidamente, a passagem das Caravanas Euclidianas em 10 cidades.
À direita do professor Augusto Braz e da professora Regina Abreu, Luciano Maia, Pró Reitor de Extensão e Cultura, ressalta a importância de acontecimentos como as Caravanas Euclidianas para a UNIRIO.
Marcaram presença também os grupos de Duque de Caxias, Queimados, São Fidélis e Carapebus, que as Caravanas visitaram durante o ano de 2010.
Elaine Cristina, uma das alunas que participou das Caravanas, comenta sua experiência e promete "devorar" o livro "Os Sertões", presente que a equipe Euclidiana sempre oferece a cada aluno participante.
Um balanço geral de como foi a chegada das Caravanas em cada cidade, depoimentos emocionados de alunos e professores contentes com o resultado: "Euclides construiu pontes que uniram corações".
Em Vassouras, as Caravanas chegaram antes dos Euclidianos. Os grandes banners/estandartes que nos ajudam a contar para os espectadores a história de Euclides já estavam há duas semanas no local da abertura das Caravanas. Faltava apenas chegar Edeor de Paula, Noilton Nunes, Regina Abreu e Maria Luiza Aboim para começar a apresentação das Caravanas Euclidianas. No primeiro dia, foi o auditório da Casa da Cidadania da Prefeitura que nos recebeu com uma calorosa plateia, pela Secretária de Educação Vânia Cristina e por uma simpática fala da Presidente da Academia de Letras de Vassouras, Lielza Lemos Machado, que já acompanhara a Professora Regina em outro projeto da UNIRIO em Vassouras sobre museus. O dia das Oficinas, também especial, aconteceu na Fundação Educacional Severino Sombra, onde o empenho e acolhida da Pró-Reitura Consuelo Mendes foram essenciais.
A TV RioSul, afiliada da TV Globo, esteve no local documentando nosso trabalho e entrevistou o cineasta Noilton e a professora Regina, além de filmar Edeor na Casa de Cultura onde estavam expostos os banners/ estandartes. TV RioSul entrevista Edeor de Paula, cercado pelos banners/estandartes das Caravanas
O PIM (Programa de Intregração pela Música), coordenado por Jane, também teve participação mais que especial nas Caravanas, por ter hospedado os professores Noilton, Regina e Antonio Augusto. Os alunos e professores da oficina que documentou A Terra, coordenados por Maria Luiza Aboim, falaram muito nos "morros pelados", onde as plantações do Ciclo Cafeeiro da região devastou o solo. Hoje, exaurido, mesmo em se plantando, nele nada dá.
Última parada: cemitério, onde visitamos o túmulo de Cônego Rios, considerado santo, onde anualmente, no dia de Finados, desabrocha uma for que, dizem, chora sangue... Uma das alunas da oficina observa a planta do túmulo de Cônego Rios, que fica protegida por um gradeado
Saímos de Vassouras com a sensação de que a cidade dos Barões de Café de outrora ainda tem muita história pra contar.
Depois da longa viagem, partindo do Rio de Janeiro, a equipe Euclidiana chega para mais uma apresentação das Caravanas. Foi o Palace Hotel que acolheu a equipe na simpática cidade de São Fidélis. Uma flor diferente, espécie tropical que vive menos de 24 horas (a Dama da Noite), na porta do hotel que nos acolheu.
Na chegada, a professora Janeth Guarino, que nos ajudou a coordenar a organização das Caravanas em São Fidélis, foi quem nos recebeu. Colégio Fidelense onde Euclides estudou na Rua Euclides da Cunha, em frente ao Rio Paraiba do Sul, paisagem que Euclides deve ter contemplado inúmeras vezes.
Para apresentar o filme de Noilton Nunes, contar um pouco sobre a história de Euclides (que passou parte da sua vida em São Fidélis) e cantar o samba-enredo de Edeor de Paula, fomos até o Cine Teatro Jayme Coelho. Lá, contamos com a presença da Secretária de Educação, Ligia Sueth, e do representante da Secretaria de Cultura. No dia seguinte, as oficinas foram realizadas na escola Mestra Maria Firmina.
O grupo da Terra saiu para documentar o Horto Municipal, a Ponte Preta, a Matriz, o Mercado Municipal, a Biblioteca e muitas outras surpresas que apareceram pelo caminho. Grupo de Alunos da TERRA: Matheus, Kimberly, Professora Maria Luiza, Kamilla, Késsila e Marcelo.
Em um dos bate-papos, o aluno Marcelo comenta sobre a vida dos pescadores, difícil, sobretudo quando os peixes morrem em decorrência de desastres ambientais. Ouvimos estórias horripilantes, caminhamos sobre a linha do trem e avistamos a Cooperativa de Leite. Igreja da Matriz, que também foi visitada, cuja construção iniciou-se em 1799 e foi concluída em 1809. Merecem destaque, como manifestações artísticas incorporadas, a cúpula, as quatro telas pintadas pelos capuchinhos - Vitório de Cambiasca e Angelo Maria de Lucas - e algumas imagens, como as de: São Fidélis, Santa Clara, São Francisco de Assis, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora da Glória.
Para surpresa e encanto nosso, os alunos presentearam a equipe das Caravanas, Professores Regina e Maria Luiza e Noilton, Edeor, Sergio e inclusive o motorista Paulo, com um lindo presentinho. Ficamos emocionados!
De volta para a estrada. Depois de Campos, a chegada das Caravanas Euclidianas já estava prometida em Carapebus, no dia 13 de agosto. Como a cidade estava em plena comemoração, a equipe das Caravanas ficou hospedada em uma pousada em Quissamã (a 15 minutos de Carapebus) e aproveitou para conhecer a Terra ao redor. A Fazenda Machadinha revelou-se um interessante centro cultural que preserva as senzalas e as usinas em que os escravos trabalhavam.
O encontro foi engendrado, tal qual nas outras cidades, com a dinâmica de um dia para a abertura e outro para a realização das oficinas com os alunos. A alegria estava lá. Durante a história de Euclides passada em filme, no salão da Igreja, o cheiro de churros, churrasquinho, pipoca e algodão doce da festa da padroeira de Carapebus animava os presentes. E para a equipe Euclidiana, mais uma daquelas gratas surpresas: os alunos da escola Antonio Augusto da Paz haviam feito pinturas inspirados na obra de Euclides.
Natália, Paloma e Alessandra mostram sua obra coletiva
Dia seguinte, hora das oficinas. O grupo da Terra, coordenado pela professora e antropóloga Regina, foi conversar com aqueles que ajudaram a fazer a história de Carapebus. Padre Marcelo, organizador da festa da Padroeira, é um desses. Noilton e a turma da Luta foi ao Sindicato dos Trabalhadores em Canaviais. Maria Luiza Aboim e o grupo da Terra explorou a vegetação de restinga sobre areia branca do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Lá encontraram até siriema!
Carapebus recebeu toda a equipe das Caravanas Euclidianas com muito carinho. Nossos parceiros de sempre, Edeor de Paula, Sergião e Professor Augusto Braz, também agradecem.
As Caravanas Euclidianas estão de volta às estradas. Mais uma viagem - da UNIRIO até o Palace Hotel de Campos dos Goytacazes, hotel que acolheu a equipe. Durante a viagem, as expectativas: será que vai aparecer muita gente? será que não? Noilton Nunes, diretor do filme "A Paz é Dourada", nasceu em Campos. Desejo, portanto, ainda maior de que as Caravanas deslanchassem por lá.
O lugar do encontro no primeiro dia (dia de cantar o samba de Edeor de Paula e assistir ao filme de Noilton) foi a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Ao final, depoimentos mais que emocionantes. Não só quem estava lá saiu orgulhoso de ser brasileiro por ser compatriota de Euclides, como muitos disseram estar orgulhosos de ser campistas por ter Noilton Nunes como um deles. Noilton foi capa de jornal do dia.
E para quem só viu discriminação e falta de oportunidade no Brasil, a professora Regina Abreu lembrou que, quando desembarcamos em uma cidade, são a esperança e a igualdade entre/para todos os principais valores que carregamos em nossa bagagem.
No dia seguinte, foi o colégio Liceu de Humanidades que abriu as portas para as oficinas das Caravanas. Era hora de falar mais de Euclides e sua importância, do audiovisual como ferramenta da educação, da Terra, da Luta e do Homem campista.
O Liceu de Humanidades, em Campos
Apesar do dia escurecido pelo tempo feio, provocando a visibilidade "empastelada" dos canaviais, Campos foi mais um belo cenário para as discussões, mais do que presentes, semeadas por Euclides.
10 e 11 de agosto: Campos 13 e 14 de agosto: Carapebus 16 e 17 de agosto: São Fidélis 27 e 28 de agosto: Vassouras 3 e 4 de setembro: Miguel Pereira 24 e 25 de setembro: Paraty
O Canal Futura fez uma reportagem com a equipe e os alunos participantes das Caravanas Euclidianas em São João de Meriti. Os repórteres conversaram com alguns alunos, professores e documentaram um pouco sobre a jornada das Caravanas em cada comunidade visitada. Quer ver como ficou? Clique aqui
Estamos no quinto capítulo de nossa jornada. Muitas histórias pra partilhar. Histórias de viagens, de encanto, de emoção. As Caravanas Euclidianas nos surpreendem a cada novo encontro nas escolas. Nos dias 21 e 22 de maio, foi o CIEP Oswald de Andrade, em São João de Meriti, que recebeu de portas abertas as nossas Caravanas. A convite da assessoria de imprensa das Caravanas, a TV Futura estava lá, documentando nossa visita. No primeiro dia, a meninada fez a primeira descoberta: o samba-enredo "Os Sertões", de nosso querido Edeor de Paula. No final, todos já estavam cantando juntos. Depois, o filme " A Paz é Dourada", de Noilton Nunes, foi exibido e...mais descobertas. Quem ministrou a oficina, no dia 22, foi um dos parceiros que as Caravanas encontrou em suas veredas, o professor Augusto. Grande estudioso da memória da Baixada Fluminense, sua participação tem sido valiosa. Imensurável.
Professor Augusto, com a mesma dedicação que o move nas salas de aula dia a dia, explica sobre a vida e obra de Euclides da Cunha aos participantes da Oficina.
A equipe das Caravanas esperava a chegada de três escolas. Delas, infelizmente duas não puderam comparecer. De toda maneira, no dia da Oficina foi hora de reunir os participantes e ir para campo, documentar o Homem, a Terra e a Luta de São João de Meriti.
Ao melhor estilo "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", durante as oficinas os alunos vão a campo para mostrar o que conhecem de sua cidade. E redescobri-la.
São João de Meriti tem uma história dividida. Ao mesmo tempo que carrega a alcunha de "formigueiro da América Latina", por ter a maior densidade demográfica e a menor área verde por habitante, foi refúgio de João Cândido, o almirante negro da canção "Mestre-Sala dos Mares", de João Bosco. O Almirante foi líder inconteste da Revolta da Chibata e conseguiu libertar marinheiros dos castigos corporais violentos que se aplicavam na época (1910). Sua família vive até hoje lá. E não é só de João Cândido que vive a São João. Ainda hoje há personagens que lutam por seu espaço na cidade. Carol, cabeleireira, faz incríveis desenhos nos cabelos. Seu trabalho encanta, também, a Zona Sul do Rio de Janeiro. Às terças-feiras, Carol promove as Terças Culturais e propaga o orgulho da identidade negra.
A arte da cabeleireira Carol.
Carol, os professores e os alunos de São João de Meriti que participaram das Caravanas Euclidianas vão nos deixar com muitas saudades.
Teresópolis, "cidade de Teresa", e que de Teresa - dizem - nunca foi, nos dias 14 e 15 de maio foi do grupo participante das Caravanas Euclidianas, que aconteceram na Casa de Cultura (sexta-feira) e no Colégio Estadual Euclydes da Cunha (sábado). No primeiro dia, a chegada das Caravanas, abertura da Exposição -ecologicamente impressa em tecido de algodão! - o filme sobre a vida de Euclides dirigido por Noilton Nunes seguido de debates sobre o escritor que desvendou o Brasil, e para fechar a noite o samba-enredo "Os Sertões", com nosso Edeor de Paula, seguido da banda do Colégio e de um super coquetel, oferecido pela escola Euclydes da Cunha.
No segundo dia, ao som da Banda Marcial que ensaiava no pátio da escola, quem desvendou a cidade foram os alunos e professores que participaram das oficinas. Cada grupo trouxe sua experiência de ter ido a
campo explorar e documentar em audovisual os temas propostos pelos organizadores das Caravanas. Havia teresopolitano muito contente por constatar, depois da oficina, que não conhecia tão bem sua própria cidade. É bom (re)descobrir o lugar onde a gente mora.
Nossos grandes parceiros, é claro, estavam lá. O professor Augusto, de Caxias , que nos ajuda a reunir os professores dinamizadores a cada canto que as Caravanas passam; e o professor Nilson, que se tornou, depois de Queimados, um amigo das Caravanas. Participa ativamente de todos os nossos encontros, contando sua história e a de seu povo.
Os participantes das oficinas ouvem, atentos, Noilton Nunes
As Caravanas abrem espaço para a reflexão. Os alunos, visivelmente encantados, deixam a emoção falar mais alto na hora de contar aos colegas a sua opinião sobre o acontecimento. Com um exemplar de "Os Sertões", cada um deles prometeu ler (ou reler) com outros olhos. Regina Abreu desafia: quem achar interessante, pode desenvolver um texto sobre o que viu em sua cidade durante a oficina e experimentar esse trabalho de escritor-documentarista-historiador-antropólogo- engenheiro-jornalista que Euclides desempenhou.
Professora Regina Abreu, que leva nas Caravanas sua paixão por Euclides da Cunha
Delmo Ferreira, coordenador de eventos do Colégio Estadual, apregoa: "O professor do quadro e do giz morreu". É preciso ter dinamismo, trazer outras formas de ensinar para enriquecer a sala de aula. E Regina completa, dizendo que o aluno desinteressado que senta na última fileira de cadeiras está também dando lugar a um outro, mais questionador,
mais participativo e, sobretudo, mais ávido de saber.
Em primeiro plano, Delmo Ferreira: "O professor do quadro e do giz morreu".
Uma comunidade dentro de outras inúmeras comunidades. Assim é o Complexo da Maré. Assim é mais um dia das Caravanas Euclidianas, que leva Euclides da Cunha e traz mais sobre a história de cada comunidade visitada: sua Luta, seu Homem e sua Terra. Cada lugar, uma experiência diferente. Um povo diferente, de costumes diferentes, mesmo sendo ainda o mesmo Rio de Janeiro.
As Caravanas desembarcaram no Museu da Maré, um oásis de conhecimento. Através de fotos e cenários montados, o Museu conta a história do Complexo desde a chegada de seus primeiros moradores, "marcados pela própria natureza" - apropriando-nos de um trecho do primoroso samba de Edeor de Paula sobre "Os Sertões".
Dessa vez, o vento foi o principal inimigo. Como encontrar um local onde expor os banners das Caravanas sem que eles voassem? O segredo é improvisar. E foi nos arames farpados dos muros do Museu que os banners ficaram.
Simplicidade na Maré, palavra-chave. Como é bom conhecer "a vida como ela é". Pessoas que trabalham em busca do amanhã, correm dia e noite, lutam. E por falar em luta, para uma das moradoras que participou das Caravanas, "Os Sertões" lembram a luta da Maré, lembram a busca de um povo por uma vida melhor. E na Maré, há o CEASM, um outro oásis com curso de pré-vestibular, idiomas, Informática e muito mais.
Há também a TV local, organizada pelos moradores, no intuito de preservar a memória de um povo tão numeroso e de tanta riqueza.
É certo que, por onde as Caravanas passam, levam a vida e obra do escritor Euclides da Cunha. Há novidades, curiosidades, reflexões e estudos. Mas é bem certo também que, dos dias 16 e 17 de abril, as Caravanas trouxeram muita história pra contar.
Fomos recebidos pelo Professor Nilson, pela Valéria, Célia, Selma e pelo bravo Roberto, administrador do belo e confortável auditório do Teatro Escola Marlice da Cunha, onde as Caravanas se apresentaram aos presentes.
Professor Nilson, certamente um dos grandes parceiros que encontramos em nossas veredas
Cartazes produzidos pela Prefeitura de Queimados e espalhados pela cidade nas vésperas do evento
Lembram-se de Edeor de Paula, autor do samba “Os Sertões”, que esteve conosco no Santa Marta? Pois é. Lá estava ele novamente, emocionando o público com sua voz firme e afinada. A cara da cidade. Auditório lotado, alunos e professores entusiasmados. Para alimentar o corpo, um coquetel saboroso. E para alimentar a alma, conhecimento. A bolsa cultura foi entregue pela professora Regina. Uma maravilha.
A Bolsa Cultura foi entregue aos professores pela professora Regina Abreu, com seu livro "Enigma dos Sertões", o Kit do Professor e o livro "Os Sertões". Cada aluno participante da Oficina recebeu uma cópia do livro "Os Sertões".
No dia seguinte, as Oficinas. Os alunos e professores participantes se distribuiram em três grupos, como na divisão em capítulos do livro "Os Sertões": o Homem, a Terra e a Luta. O primeiro, documentou a cidade com Regina Abreu. O segundo, explorou a terra com Maria Luiza Aboim. E o terceiro foi com Noilton Nunes gravar um pouco sobre a história de luta da rádio comunitária da cidade, "Novos Rumos". Parece que a emancipação de Nova Iguaçu deve muito a esta rádio.
O capítulo de Queimados, assim como a obra de Euclides da Cunha, entrou pra história das Caravanas. Próxima parada: Maré.
Blog das Caravanas Euclidianas, um projeto concebido por professores e pesquisadores e viabilizado por intermédio do Laboratório de Memória e Imagem do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) sob a coordenação da Profa Dra Regina Abreu. É apoiado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC).